A próstata é uma glândula que tem o tamanho aproximado de uma castanha e produz o líquido espermático ou esperma, substância que contém nutrientes e serve de veículo para os espermatozóides chegarem até o óvulo.
Ela se localiza muito perto da bexiga, um órgão muscular que se distende à medida que a urina se acumula em seu interior. Da bexiga sai a uretra, um canal longo que atravessa a próstata e o pênis até ganhar o meio exterior. A proximidade entre esses órgãos faz com que qualquer problema que afete a próstata acabe repercutindo na bexiga e na uretra.
Hiperplasia e câncer de próstata são patologias freqüentes na vida adulta do homem. A hiperplasia caracteriza-se pela multiplicação benigna das células prostáticas. Quando isso acontece, o aumento da próstata comprime bexiga e uretra e provoca dois sintomas. O primeiro é a dificuldade para urinar. A pessoa é obrigada a fazer esforço para vencer a passagem comprometida pela compressão da glândula, o jato urinário fica mais fino e perde a potência. O segundo é a redução da capacidade de a bexiga reter urina. Quem tem hiperplasia de próstata urina com maior freqüência, especialmente à noite o que pode comprometer a qualidade do sono.
No câncer de próstata, as células prostáticas perdem a inibição, crescem e invadem os tecidos vizinhos. A hiperplasia é uma lesão benigna. O câncer é um processo maligno que traz consigo uma série de outros problemas.
Estatísticas
Em cada seis homens, um vai apresentar câncer de próstata. O Câncer de próstata não produz sintomas na fase inicial, exatamente a fase em que o interesse no diagnóstico é maior, porque a doença é curável. Disso advém a importância do exame preventivo.
Como não produz sintomas, o tumor pode crescer de forma silenciosa e, quando é descoberto, em geral, já atingiu os tecidos vizinhos e a possibilidade de cura cai muito. Só para dar uma idéia, se o tumor ainda estiver contido pela glândula, é curável em 95% dos casos. Se escapar dali, mesmo antes de se espalhar, só por atingir os tecidos vizinhos, a chance de cura cai para 35%.
Na década de 1960, 60% dos casos de câncer de próstata nos EUA eram identificados já em fase avançada, com tumores disseminados pelo organismo. Depois das campanhas de prevenção, apenas de 6% a 10% dos doentes procuram assistência inicial com o câncer espalhado, ou seja, com metástases. Isso mostra como a medicina, enfocando o problema seriamente, conseguiu ajudar os homens em termos de saúde pública.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de próstata é feito de duas formas: pelo toque retal e pelo exame de sangue chamado PSA (antígeno prostático específico), uma proteína que só a próstata produz e que se eleva muito nos casos de câncer.
Na cabeça dos homens existe a fantasia de que o exame de PSA é suficiente para o controle preventivo do câncer. Na realidade, não é. Ele falha em 20% dos casos. Embora o de toque falhe em 35%, fazendo os dois juntos a probabilidade de deixar escapar um problema cai para 8%. Portanto, um exame não exclui o outro. Ao contrário, um complementa o outro na realização do diagnóstico.
Os homens relutam em fazer o toque retal por dois motivos. Primeiro, por preconceito cultural típico do machismo latino. Segundo, por medo de sentir dor. Eles são muito mais medrosos do que a mulher, que enfrenta melhor qualquer situação dolorosa.
Em geral os homens resistem, fazem piadas, acham ruim, mas acabam se submetendo ao exame de toque e no ano seguinte vêm tranqüilos repetir o exame porque perceberam que não dói.